RAID DAKAR 2014.
O convite veio e tudo conspirou para a realização desta aventura,
acompanhar o Rally Dakar. Agradeço ao amigo Everton pela oportunidade e
se Deus quiser e tenho certeza que ele quer, dia 05/01 partimos rumo a
Chilecito. Vamos nessa???
Desta vez o objetivo da viagem é
vivenciar o máximo possível a emoção do famoso DAKAR, neste ano.
Acompanhar a maioria dos trechos percorrido pelo evento, acompanhando
partidas e chegadas nos principais check points. A data prevista para
saída de Floripa é dia 05/01 com destino a cidade de CHILECITO onde
começaremos a acompanhar o Rally no seu 4° dia. Aqui começará nossa
aventura. Será um prazer ter a companhia de todos.
Dia 1 - 04/01 - PARTIDA - Floripa a São Borja - 880 km.
É chegado o dia da partida. Resolvemos antecipar para o dia 4, com o
objetivo de chegar um pouco antes do staff da competição. Sairemos em
torno de 6 da matina e seguiremos pelo interior, BR282 sentido São
Borja, rodando uns 880 km. O dia que antecede uma viagem desse porte é
rodeada de preparos e preocupações com tudo o que temos que levar e é
comum um pouco de ansiedade que mexe até com o nosso sono. O que importa
é o que está por vir: muitas paisagens belíssimas, desertos, montanhas e
tudo o que rodeia esta famosa competição, o Rally Dakar. Um dos maiores
já realizados até então, 9 mil km. Uma das coisa mais importante que
podemos ter é o apoio das pessoas que amamos, além dos amigos, é claro. É
isso ai, malas carregadas e nossas máquinas prontas. Vamos nessa!!!!...
Conforme combinado, saímos logo cedo. Nos encontramos no Coxixos umas
6:30 e seguimos rumo a 282. Depois de um café no Boca Da Serra,
começamos a subida. Passamos por tudo: Chuva, frio, serração e calor. A
temperatura variou de 16 graus na serra catarinense até 31 graus já
chegando em São Borja. Pegamos bastante chuva até Lages e depois foi
abrindo e chegamos com um céu de brigadeiro, muito azul. No mais a
viagem transcorreu tranquilamente. Não temos foto hoje, mas prometo
belas fotos mais adiante. Agradeço a companhia de todos. Abraços
Dia 2 - 05/01 - São Borja a Santiago Del Estero - 1080 km.
Nosso segundo dia de viagem começou com um bom café do Hotel Village em
São Borja. Dormimos tarde e acordamos cedo e tínhamos pela frente mais
de 1000 km, imagina... Saímos do Hotel por volta de 7:45 com 23 graus
marcando no painel da moto e um arzinho que parecia condicionador de ar,
mas nem imaginámos o que estava por vir. Na região do Chaco Argentino
chegamos a 41 graus!! muito quente e abafado. Ainda enfrentamos falta
de gasolina e nossos galões resolveram o problema. Chegamos em Santiago
Del Estero por volta das 21 hs, horário do Brasil, pois aqui é uma hora a
menos, não tem horário de verão. Estamos devidamente hospedados e vamos
descansar. Amanhã caminho é até La Rioja e Vale de La Luna, Local onde
devemos presenciar a passagem do Dakar. É isso ai. Amanhã tem mais.
Seguem umas fotos.
Dia 3 - 06/01 - Santiago Del Estero - Villa Union - 700 km.
Hoje rodamos um pouco menos e fomos a 2033 metro de altitude. Uma
estrada que chega a San Fernando Del Valle de Catamarca. Pensa num Rio
do Rastro bem melhor, não desmerecendo nossa estrada, mas foi muito
show. Recomendo a todos viajantes que passam por aqui. As rodovias são a
Rp11 e Rp2 com um "caracol" de tirar o fôlego. A ideia era acampar no
Vale de La Luna no parque de Talampaya, mas atualmente não permitem mais
ir ate o lugar que pretendíamos e então seguimos para a cidade de Villa
Union, onde estamos hospedados em uma pousada com cabanas, com o
objetivo de buscar informações sobre a passagem do Dakar que chega na
região na quarta dia 8. Seguem algumas fotos.
Dia 4 - 07/01 - Villa Union
Hoje o dia foi de descanso, mas apesar disso, fomos até uma cidade a
120 km de Villa Union, subindo a 76 rumo a um lugar chamado Laguna
Brava, que infelizmente não tivemos oportunidade de conhecer. Esse
caminho tem uns 14 km de rípio. É um passo de fronteira com o Chile.
Ficamos sabendo que a competição deve passar por lá. Depois que voltamos
passamos em uma "carniceria" como chamam açougue aqui, e compramos uma
carne para um churrasquinho. A carne aqui é muito boa. Quando estávamos
fazendo o churras, a senhora da pousada disse que a prova das motos iria
ser em outro local, na cidade de Guandacol e então mudamos nosso plano
e resolvemos ir a esta cidade amanhã pra ver a chegada das motos. É
isso. seguem umas fotos.
Dia 5 - 08/01 - Villa Union - Chilecito - 145 km.
Hoje fomos umas 10 hrs para Guandacol onde seria a chegada das motos.
Como não sabíamos certo o horário que chegaria o primeiro colocado,
entramos um pouco pelo caminho onde as motos passariam e ficamos sobre
uma sombra aguardando... demorou mas valeu apena, chegou o primeiro por
volta das 15 hs. Fizemos belas fotos e filmagens. Os caras andam muito.
Depois fomos em direção a Chilecito onde seria o chamado VIVAC, que é o
acampamento exclusivo do Dakar onde fazem as manutenções e tal. Nesse
caminho passamos por um local chamado Costa Miranda. Apesar da
dificuldade, pois há uma poa parte de rípio bem difícil de passar e
andávamos junto com caminhões e toda a tropa do Dakar, valeu apenas pelo
visual e recomendo aos aventureiros fazerem este caminho. Chegando em
Chilecito tivemos dificuldade em encontrar para dormir e acabamos
fazendo uso de nossas barracas e ficamos em um Camping. Amanhã iremos a
caminho de Tucuman ver as próximas etapas da prova. Seguem as fotos do
dia.
Dia 6 - 09/01 - Chilecito - Tucuman
Hoje a etapa é entre Chilecito e Tucuman. Desmontamos as barracas logo
cedo e nos encontramos com um Colega de São Paulo, conhecido como Café,
que esta fazendo a cobertura do Dakar para a Honda do Brasil, inclusive
está rodando com uma Crosstourer 1200 fornecida pela própria honda e
seguimos para um ponto de espectadores onde passaria a competição. No
caminho encontramos vários caminhões e carros da prova. Conhecemos
também uma figura muito legal, o Paul, um ingles que esta viajando a 14
meses por aqui com uma Tenere 660 e tambem esta acompanhando o Dakar.
Apesar dos seus 42 anos, ele é aposentado como soldado do exercito
Inglês e com o que ganha disse que dá pra ficar viajando e fazer o que
ele gosta. Nosso ponto final hoje será Cafayate, próximo a Tucuman,
desviando assim das dificuldade que existem nas cidade onde a competicao
está. Gostaria de fazer aqui algumas observações
- Em viagem beba muita água. Recomendo usar um Camel Back. Você tem dois litros de agua a disposicao e vai bebendo.
- A parceria é algo muito importante quando se viaja em grupo e a nossa aqui. eu e o Everton, está sendo exelente.
Seguem as fotos do dia.
Dia 7 - 10/01 - Tucuman - Salta
Saímos de Cafayate rumo a um ponto próximo a 68 para ver as motos
passar. Para chegar a este ponto tivemos que rodar mata adentro uns 10
km. Foi irado, como diz meu parceiro. Muita pedra e areia fofa. Foi um
bom treino para pilotagem off. Imagina quem encontramos lá... nossa
amigo Paul, que então se juntou a nos para seguir ate o Uyuni. Foram
muitas fotos dos competidores passando nesse trecho, motos e quadri,
pois dependendo da categoria, fazem trechos diferente por questão de
segurança. Já ocorreu em outros ano do Dakar, acidente onde um caminhao
atropelou um motociclista. Conhecemos uma galera muito legal da
guermanderia, policia Federal daqui, inclusive um camarada que falava
muito bem português chamado Kerbel que é de Missiones, próximo a RS.
Vamos ficar em Salta na Pousada de um amigo chamada Caminho Del Heron e
visitar o VIVAC, concentração do Dakar... Ao chegarmos no Vivac,
colocamos as motos em frente a entrada e acabamos virando celebridades.
Todos vinham tirar fotos com a gente e as motos. Imagina que até
autógrafo nos pediram...rsss seguem as fotos.
Hoje é dia de descanso e o Dakar permanece em Salta. Para adiantarmos
nosso deslocamento, seguimos para Tupiza ( Bolivia ), onde será a
próxima passagem das motos e quadri. Fizemos a aduana na fronteira e
chegamos na cidade. Quando fomos abastecer, conhecemos um senhor, dono
do posto, Don Jorge, meio assim dono da cidade, que nos cedeu um espaço
para armar nossas barracas.No dia seguinte fomos ao lugar pra esperar a
passagem dos competidores. O lugar é um rio seco, onde tivemos que
passar com as motos sobre pedras cascalhos e locais com água. Foi
emocionante o dia. Depois tentamos seguir para Uyuni mas como o acesso
estava bloqueado devido a prova, tivemos que fazer um caminho mais
longo, por Potozi, até Uyuni e chegamos muito tarde, passava das 10 da
noite e foi aquela briga pra encontrar algum lugar pra dormir, pois o
Dakar havia ocupado toda a cidade. Seguem as fotos dessa etapa.
Finalizando a viagem
Primeiramente peço desculpas por ter deixado de postar, devido a alguns
problemas que comentarei a seguir, mas a viagem terminou no tempo
previsto e tudo bem. Resumirei o restante da viagem para fechar esta
etapa.
Após sairmos de Tupiza, tentamos seguir até Uyuni, onde seria a próxima
etapa do Dakar, porém o caminho mais curto, uma estrada de chão, estava
interditada pois a competição estava passando por lá. Tentamos um outro
caminho alternativo, mais radical, porém acabamos desistindo porque não
tínhamos boas referências do caminho. Já era final de tarde e tinha que
definir logo pra não perder a etapa do Dakar. Acabamos fazendo o caminho
mais longo, praticamente o dobro, porém todo de asfalta. A rota foi até
Potosi e depois Uyuni. Valeu pela beleza do caminho, porém chegamos
tarde, por volta das 11 da noite e pegamos temperatura em torno de 6 a 7
graus e pra completar tivemos uma grande dificuldade de encontrar
lugar pra dormir, pois o circo do Dakar lotou tudo. Nosso santo ajudou
mas pagamos o preço, acho que umas 4 vezes o que pagaríamos normalmente.
Assim fomos então descançar.
No dia seguinte quando estávamos seguindo para Iquique, onde seria a
próxima etapa, paramos em um posto de gasolina para pedir algumas
informações. Quando tentei ligar novamente a minha moto, ela só deu um
"tec" e um apagão no painel. Logo pensei que fosse bateria, porém
tentamos usar um cabo ligado em outra bateria mas o problema persistia.
Parecia algo no motor de arranque. Rebocamos a moto até uma pequena
oficina, mas com um senhor muito experiente. Tentamos de tudo que foi
forma resolver mas sem sucesso. Na base do tranco, realizado em 4º
marcha, a única forma de fazer isso em moto grande, decidimos ir direto a
Antofagasta, onde existe uma concessionária da Yamaha. Como é comum em
praticamente todas e de todas as marcas, não tinha peça pra reposição e
teríamos que esperar uns 4 dias para chegar da capital, Santiago. Após
mais uma tentativa em outra oficina, decidimos descer até Santiago,
acompanhando mais algumas passagens do Dakar. Encontramos a galera do
Mototemáticos do Chile, galera muito gente boa e a triste notícia é que
recentemente ficamos sabendo que um deles se acidentou em uma viagem no
exterior e veio a falecer.
Continuando nossa descida, dormimos em Cañaral e Laserena. Neste ponto
nos separamos, pois o Ervertom foi para o litoral encontrar a Rose e
acompanhar o final da Competição e eu para a Capital tentar arrumar a
moto. Fui em uma concessionária da Yamaha e só me enrolaram. Gastei 100
dólares na troca do relé de partida que estava bom e não resolveram meu
problema. Muito indignado, resolvi seguir viagem pra casa assim mesmo,
poi o motor de arranque as vezes dava partida e as vezes tinha que ser
no tranco. Dormi no hotel Íbis e conheci três camaradas de São Paulo que
acompanhei em boa parte da viagem, até como uma forma de não estar
sozinho em caso de pane. Saímos cedo, cruzamos o paso Cristo redentor e
pernoitamos em uma cidadezinha. Depois nos separamos e fui direto à
Colon numa pousada já conhecida de outra viagem, na qual fui muito bem
recebido. No dia seguinte sai um pouco tarde pois estava bem cansado e
iria ficar em Livramento para umas comprar e encomendas. Pernoitei em
uma hotel onde encontrei alguns companheiro de Floripa, fazendo um
passeio. Sai cedo e antes do final da tarde estava em Floripa.
Sobre o problema da moto, devido a uma questão elétrica o motor de
arranque ficou acionado algumas vezes fazendo o seu induzido super
aquecer e entrar em curto causando o problema. A solução foi a troca do
motor de arranque, que comprei fora do Brasil e saiu praticamente metade
do preço, mesmo pagando todos os impostos. Assim finalizei essa etapa,
com mais experiência e muito aprendizado. Agradeço ao Amigo Everton por
todo o apoio e a Deus por tudo.
Próxima viagem???? Quem sabe sul do Chile, região dos vulcões ou Peru...
Abraços a todos